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As mudanças do comércio inter-regional europeu entre o século VIII e X

As mudanças do comércio inter-regional europeu entre o século VIII e X

O panorama era o seguinte: os bizantinos recuperavam as rotas do mar negro, os lombardos da Itália emitiam moedas em ouro, e ambos controlavam o comércio dos cereais, do sal, do azeite, dos tecidos e das especiarias, através rio Pó; os islâmicos controlavam o comércio em África; e Veneza tornava-se no principal porto dos produtos provenientes do mar Adriático.

Com esta dinamização, em Itália, surge um grupo mercantil nativo, sem relação com os judeus ou sírios e o poder dos comerciantes aumenta de tal forma que, de acordo, com a riqueza que possuíam tinham obrigações militares diferentes, equiparadas às dos senhores de terras.

Uma das consequências do comércio nos diversos territórios, foi o desenvolvimento de cidades ao longo dos rios, como a de Southampton, bem como dee mercados principais, como o de Iorque, na Nortúmbria, Hamwih, em Wessex, e Ipswich na Ânglia Leste. Londres era o principal porto de Mércia.

O reavivar do comércio era geralmente acompanhado pelo da moeda, de que é exemplo a cunhagem da moeda de prata dos reis merovíngios nos centros comerciais da Frísia e dos vales dos rios Mosa e Reno.

No século VIII, o agravamento do clima causou danos nas colheitas, o que aliado as más condições de circulação, provocou o declínio das trocas comerciais. Estas circunstâncias resultaram numa maior necessidade de autossuficiência, porém as más condições agrárias e a pobreza da tecnologia não o permitiram, causando períodos de fome. Por estes motivos, o comércio provou ser um bem necessário a todas as épocas, uma vez que assegura a circulação de produtos entre as várias áreas, sobretudo das que têm carência de determinados produtos.

Entretanto, a ofensiva muçulmana alastra-se pelo mediterrâneo ocidental e o império franco perde o seu acesso ao mar, já em meados do século IX, entrando num período de instabilidade social e económica, também provocada pelos saques dos viquingues dinamarqueses na Frísia.

Esta sucessão de eventos causou algumas mudanças. Os portos de Quentovic e Dorestad não voltaram a ser reocupados mas deram lugar a portos fluviais  no interior. O centro comercial dos Países Baixos transitou, durante o século IX, para perto de Sheldt, porto que tinha melhor localização para o comércio entre ingleses e escandinavos. Birka, porto sueco no lago Malar, tornou-se importante no comércio de leste, que revelou, através das quantidades de tesouros, um contacto próximo com gregos e muçulmanos.

Em 870 as frotas viquingues já se encontravam no Mediterrâneo, mas não com fins militares. No século X, as tensões tornam-se brandas, com as importações de escravos eslavos (capturados pelos francos), peles, couros e ferro, por parte dos muçulmanos, aos mercados do ocidente europeu, pagando em prata. A descoberta da mina de Rammelsberg, perto de Goslar (Alemanha), foi uma das razões para a cunhagem de novas moedas.

Os gregos, por sua vez, trocavam os seus tecidos pela moeda de ouro dos muçulmanos.

Com as conquistas militares cristãs do século XI, os armazéns ocidentais de ouro e prata muçulmana aumentam, e nas vésperas da reanimação económica da Idade Média central, existia já um centro de ligação comercial.

NICHOLAS, D. (1999). Transformações na Terra. In A Evolução do Mundo Medieval. Sociedade, governo e pensamento na Europa: 312-1500. Lisboa, Publicações Europa-América.

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