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A ascensão de Roma

A ascensão de Roma

Até aos finais do III milénio a.C., a península itálica era uma região periférica relativamente aos grandes centros civilizacionais da antiguidade, ocupada por uma diversidade de povos com afinidades étnicas.

Ao longo do II milénio a.C., na região sul dos Alpes, constituíram-se uma série de pequenos povoados assentes sobre estacas ou palafitas, semelhantes às aldeias lacustres mais antigas da Alemanha, França e Suíça. A partir dos séculos XIV-XIII a.C., desenvolveu-se a civilização apenina, uma sociedade seminómada assente numa organização patriarcal e guerreira, com pequenas cabanas e necrópoles de inumação. Na segunda metade do século XIII a.C. deu-se o fenómeno dos “campos de urnas”, e a península torna-se conhecedora da prática de cremação dos cadáveres e posterior acondicionamento em recipientes cerâmicos.

No início do I milénio a.C., surge na região Noroeste uma civilização do Ferro, designada por “vilanovense”, situada na região da Toscânia e da Emília, e que se expandiu até ao Lácio e à Campânia, onde se encontrou com uma outra conhecida por Fossakultur, ou cultura dos túmulos em fossa. Do resultado das influências de ambas, por volta do século X a.C., surgiu uma outra, no Lácio, sobretudo nos montes Albanos e na região de Roma, que numa primeira fase tinha uma cultura de incineração de cadáveres e posteriormente adoptou a prática da inumação. É no contexto desta civilização lacial, que nasce a lenda da fundação de Roma.

Segundo a lenda tradicional, a origem de Roma deriva de um acontecimento ocorrido após a queda de Tróia, em que Eneias, tendo conseguido escapar aos Gregos, viaja através do mediterrâneo na companhia do pai e desembarca no Lácio onde funda a cidade de Lavínio junto à foz do rio Tibre. Aqui, casa com a filha do rei local, Latino, de quem tem um filho Ascânio. Mais tarde, este abanona a cidade de Lavínio para fundar a cidade Alba-Longa, onde lhe sucederam doze reis, porém uma crise dinástica foi desencadeada quando Amúlio usurpa o trono do seu irmão Numitor. Para evitar que a descendência procure vingança, manda executar os seus sobrinhos e faz da sua sobrinha, Reia Sílvia, uma virgem vestal. Contudo, Reia Sílvia dá à luz dois gémeos, Rómulo e Remo, por intervenção do deus Marte. Os gémeos são então lançados ao rio para encobrir o sacrilégio cometido pela virgem vestal, mas são miraculosamente salvos e amamentados por uma loba na gruta de Lupercal. Mais tarde, são recolhidos e criados pela família de Fáustulo, um pastor. Quando se tornaram adultos, mataram Amúlio e restituíram o governo de Alba-Longa ao seu avô Numitor.

Rómulo tornou-se o primeiro rei de Roma, e com ele iniciou-se um período monárquico que duraria cerca de dois séculos. A ele atribuiu-se a criação das primeiras leis e do senado com 100 membros (os Patres) Os seus sucessores prosseguiram com a obra de organização e engrandecimento da cidade, criando instituições religiosas e sociais como os colégios sacerdotais, organizando o culto em torno da deusa Vesta, introduzindo o calendário lunar e construindo o templo de Jano.

A monarquia foi também marcada por um domínio etrusco, o dos Tarquínios, com início em 616 a.C., do qual ficaram registos acerca da construção do Circo máximo e da Cloaca máxima, a consagração do início dos trabalhos para a construção do templo de Júpiter no Capitólio, o reordenamento da máquina militar, a organização de cada uma das três tribos criadas por Rómulo em dez cúrias, e pela constituição do exército em trinta centúrias de soldados de infantaria. Foi o seu reinado que tornou Roma numa verdadeira cidade-estado.              
A monarquia termina em 509 a.C. com a deposição do último dos Tarquínios.

Foi durante a República (509-27 a.C.), no século IV a.C. que o poder de Roma encetou a afirmar-se sobre os territórios vizinhos. Em meados da centúria seguinte a cidade já dominava toda a península itálica. Cem anos mais tarde, no século II a.C., depois dos sucessivos conflitos com Cartago (Guerras Púnicas), estendeu os seus domínios às ilhas do Mediterrâneo Ocidental, Península Ibérica e Norte de África, e inicia o movimento de expansão para o oriente.

Em meados do século I d.C., toda a área do Mar Mediterrâneo é romana. Um século depois o Império alcança a sua maior extensão, desde a Grã-Bretanha ao Egipto, e da costa marroquina ao mar Negro, mantendo os seus limites mais ou menos estáveis até ao século V d.C., século em que o império cai no ocidente.

 

CENTENO, Rui Manuel Sobral (coord.) – Civilizações Clássicas II. Roma. Documento pdf. Manual de História das Civilizações Clássicas. 1º ciclo de Estudos em História. Acessível na Plataforma de E-Learning da Universidade Aberta.

 

Imagem da Pixabay: https://pixabay.com/pt/photos/soldado-romano-roma-arde-lucus-lugo-1878213/

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