Genial criatividade e cultura, alcance alargado, poucos a poderão acompanhar, na leitura de sua obra, feita para gente instruída, que nos legou a todos, para que nos instruíssemos, e também os escreventes, já que muitos poucos lhe chegarão aos calcanhares.
Não sei se mais lamentaremos por perder a imensa escritora, a romancista, ou a poderosa autora teatral ou a fabulosa guionista de cinema, mesmo a ensaísta, a cronista, a poeta? Talvez a psicóloga, com análises da alma humana tão profundas, que assustam. Talvez a contadora de histórias, pela sua arte de saber contar, talvez a analista, por sua capacidade em saber interpretar a sociedade em suas faces diversas.
Agustina fará falta, já fazia, tendo feito A Ronda da Noite, para em seguida nos ter deixado de brindar com sua magia, sim magia, porque quem ousaria ser irônico, e jogar-nos num vazio, e que ao mesmo tempo nos sobrecarregasse de caminhos, possíveis, e impossíveis, de trilhar, e dar-nos pistas falsas, falta de soluções, falta de finais, como aqueles que habitualmente se faziam, e aos quais estávamos acostumados, com conclusões afirmativas, quando a vida é, mais das vezes, inconclusiva, perceber tudo isso sua imensa magia. Recriou a narrativa. Inundou sensibilidades com a sua oceânica percepção, gerando enorme fricção. Agustina, Agustina…
Que vazio, que enorme vazio sabermos que não mais poderemos ter uma vírgula tua!
Foi-se Agustina contar histórias ao Padre eterno. Foi-se Agustina fazer chalaça com os do inferno. E aqueles perderam a esperança de a encantar, Foi-se Agustina pro seu lugar sempiterno. Pois que é divino todo aquele que sabe contar/cantar.