Para os estudantes nacionais e internacionais que tenham dificuldade de deslocamento, algumas Universidades oferecem alojamento.
No entanto, mesmo que o intuito do Serviços de Ação Social da Universidade, sendo este o órgão de gestão das Residências, seja proporcionar aos estudantes condições de estudo e bem-estar, que favoreçam o sucesso escolar e a integração social e académica dos estudantes, existe uma segregação, onde estudantes internacionais vivem em blocos diferentes dos estudantes nacionais, salvo exceções.
Tal fato, ao meu ver, consubstancia e fortalece o distanciamento entre os estudantes, e que, infelizmente, é um fato gerador de xenofobismo.
No dia 09 de outubro de 2020, em pleno século 21, uma aluna da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que se disse meio a meio, mãe portuguesa e pai brasileiro, publicou ofensas aos brasileiros no Instagram.
As ofensas surgem após a estudante ter contraído o vírus do COVID, aparentemente, em função dos brasileiros, representados na sua publicação no Instagram por imagens de macacos, que andam sem máscaras pelo campus.
Já vi muitas formas de ofensa, mas nunca no formato de sadomasoquismo. Afinal, ao chamar os brasileiros de macaco, a estudante ofende a si e a seu pai. Sem saber a estudante exercia seu lugar de fala ao insultar os brasileiros.
Esta publicação acontece menos de um mês da notícia que o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa leciona e defende, entre outras coisas, julgar os agentes do “socialismo de género e identitário” como se julgaram os crimes do Holocausto e encarar a “violência doméstica como disciplina doméstica”.
Em abril de 2019, estudantes brasileiros da Universidade de Lisboa publicaram nas redes sociais o conteúdo de uma caixa com pedras, identificada como “loja de souvenirs”, era anunciado como gratuito caso a finalidade fosse atirá-lo em ‘zucas’, apelido pejorativo para brasileiros.
Mesmo com um “Plano para Integração de Imigrantes”, Resolução do Conselho de Ministros n.º 63-A/2007, de 3 de maio, o sistema educacional português não parece ter êxito com a integração dos estudantes internacionais e nacionais. Esta falha fica nítida no Estatuto do Estudante Internacional, promulgado em 2014, onde consta a permissão que as instituições do ensino superior cobrem, sem limite, aos estudantes estrangeiros um valor de propinas superior ao cobrado dos estudantes nacionais.
Conforme notícia publicada no dia 09 de outubro de 2020, escrita por Joana Amorim, no Jornal de Notícias, cerca de 4952 estudantes que conseguiram um lugar na 1.ª fase do concurso de acesso ao Ensino Superior – muitos deles em cursos com médias acima de 19 valores – no entanto, não se matricularam, pois já estavam matriculados no estrangeiro.
Tal fato fortalece a abertura das Universidades para os alunos internacionais, nesse sentido a informação publicada no site da Universidade do Porto:
E ainda, conforme os dados da Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência:
“O número total de inscritos no ensino superior cresceu 4% no primeiro semestre do ano letivo 2019/2020, em comparação com o mesmo período do ano letivo anterior, tendo atingido 384.391 estudantes a frequentarem as instituições de ensino superior nacionais. Este crescimento representa um aumento superior a 11% quando comparado com o ano letivo de 2015/2016.
No dia 21 de fevereiro de 2019, foi publicada a seguinte notícia no site Porto.pt:
“A Universidade do Porto (U.Porto) recebe neste ano letivo mais de 2500 estudantes internacionais em mobilidade no Ensino Superior. Segundo a instituição, este número ultrapassa todos os recordes de estudantes estrangeiros que ali estudaram ou estão a estudar ao abrigo de programas como o Erasmus+.
Para Juliana Chatti Iorio e Silvia Garcia Nogueira:



