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Educação para o Futuro: Competências Cruciais e Mudanças no Mercado de Trabalho

Educação para o Futuro: Competências Cruciais e Mudanças no Mercado de Trabalho

A avaliar pelos resultados do relatório de 2023 do World Economic Forum (WEF) sobre as profissões do futuro, mantém-se o “gap” entre a formação que a generalidade das universidades está a oferecer e as necessidades efetivas do mercado.

Deveras, desde 2020 que o WEF vem alertando nos seus relatórios para os impactos decorrentes do vertiginoso avanço tecnológico e da mudança súbita nas dinâmicas da procura do mercado. Apesar disso, o cenário previsto era mais grave, do que é na realidade. Ainda assim, há um desfasamento entre os formadores e os empregadores que coloca em evidência a necessidade premente de uma atualização curricular das formações universitárias, de forma a garantir que os licenciados sejam preparados para o mercado de trabalho em processo de total disrupção. 

A vista disso, os estudos do WEF têm igualmente vindo a chamar a nossa atenção para a importância de uma educação centrada no desenvolvimento do pensamento crítico, na resolução de problemas, na criatividade e na empatia, além dotar os estudantes de uma compreensão aprofundada do funcionamento e utilização das tecnologias emergentes. 

Prospetivo, o supramencionado relatório identifica as áreas emergentes de acentuada procura num futuro breve, destacando a inteligência artificial, a análise de dados e a programação; e, nesse sentido, aponta necessidades urgentes de requalificação e aprendizagem contínuas considerando a inteligência artificial, a robótica e a automação, dado que estas áreas estão a mudar radicalmente o mercado de trabalho, tornando algumas profissões e perfis profissionais obsoletos, enquanto geram uma infinidade de novas oportunidades. Por outras palavras, existe uma grande quantidade de trabalhadores empregados a braços com a necessidade de upskilling e reskilling, sob pena de inutilidade e despedimento.

Neste contexto, o relatório defende que as competências sociais e emocionais, como a criatividade, a empatia, a colaboração e a resolução de problemas complexos, tornar-se-ão cada vez mais reconhecidos no mercado de trabalho e, nesse sentido, enuncia algumas profissões de futuro, tais como:

  • Especialista em cibersegurança
  • Analista de dados e inteligência artificial
  • Software developer
  • Especialista em robótica e automação
  • Consultor de sustentabilidade
  • Especialista em experiência do utilizador (UX)
  • Profissional de saúde digital
  • Especialista em inteligência emocional
  • Especialista em inteligência de mercado e vendas
  • Especialista em desenvolvimento de competências de aprendizagem contínua.

Destarte, num exercício de envisioning, parece-nos que as organizações que não se prepararem para este cenário, ou outros similares, e se mantenham aprisionadas a uma realidade que não existe mais, estão condenadas a permanecer no passado e, eventualmente, desaparecer no futuro breve.

À margem deste relatório, na conferência internacional organizada pela UIIN, nos passados dias 9 a 12 do presente mês de maio, em Budapest, na Hungria, o tema foi alvo de especial atenção. No keynote panel do dia 10, intitulado “Partnering and the Future of Education” Roberta Malee Bassett – The World Bank – referiu mesmo que as universidades enfrentam a necessidade de aprender primeiro para depois ensinar.

As reflexões, muito oportunas, apontaram para uma necessidade de redefinição das noções de tempo e espaço, a continuação da aproximação das universidades à indústria, além de uma acentuada flexibilização curricular e do reconhecimento e distinção dos investigadores e, sobretudo, dos professores que, para além de ensinarem, são hoje responsáveis pelo financiamento das universidades por via de um acréscimo significativo de trabalho colocado no desenvolvimento de projetos, estudos e consultoria. Desta forma, contribuem para uma maior autonomia e independência das universidades, face ao insuficiente financiamento público em complemento às mensalidades dos estudantes, também elas insuficientes para suportar os custos da educação.

Referências

The Future of Jobs Report 2023, World Economic Forum. Disponível em: https://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2023/digest/. Consultado a: 11 de maio de 2023.

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