Muitos empreendedores após criarem a sua empresa desempenham o papel de gestores. Não raros casos, o empreendedor possui um conhecimento técnico da área em que pretende atuar, porém não tem a experiência de exercer o papel de gestor. Por vezes, o empreendedor até já ocupou cargos de gerência em empresas e agora pretende dirigir a sua própria empresa, deparando-se com problemas emergentes e externos que colocam em questão a sobrevivência das empresas.
Os empresários frequentemente evitam a ajuda de especialistas para obter uma economia de recursos e/ou maximizarem os seus resultados, em virtude dessa ajuda geralmente estar associada a algum custo.
Neste contexto, o empreendedor passa a dedicar o seu tempo à solução de problemas rotineiros e acaba por perder a visão do negócio e a dimensão do planeamento, abandonando até a busca de oportunidades.
Algumas vezes, a decisão de muitos empreendedores é tomada com base no sentimento, e no caso das microempresas familiares os sucessores continuam a fazer o que aprenderam com os seus pais, sem entender mesmo o significado de gestão.
A responsabilidade que as empresas têm vindo a ter perante a Administração Fiscal e a atual conjuntura económica tem criado instabilidade, dificuldade e fraquezas de tal forma, que exigem um esforço sério nas empresas, muitas vezes até pondo em questão a sua continuidade. Em plena pandemia, oriunda do novo coronavírus COVID – 19, muitos empresários já não ambicionam lucros, mas sim a sobrevivência das suas empresas.
Já mesmo antes da a atual conjuntura económica, os empresários evitavam a contratação de gestores, assumindo, alguns deles, essas mesmas funções e outros as delegando aos contabilistas certificados.
Com o aparecer do novo Coronavírus – Covid 19, os contabilistas certificados foram bombardeados com tarefas que colocaram as suas capacidades técnicas e produtivas à prova. A Ordem dos Contabilísticas Certificados tem sido incansável e crucial no apoio prestado aos seus membros.
Apesar da sobrecarrega com as suas funções (nomeadamente com as obrigações contabilísticas e fiscais) os contabilistas certificados têm sido incansáveis no apoio aos seus clientes.
Porém e devido às inúmeras alterações à lei, muitas vezes, os contabilistas ficam sem tempo para poderem se atualizar, instruir a sua equipa de trabalho e desempenhar as suas tarefas com eficiência e em tempo oportuno.
Infelizmente, muitos contabilistas certificados já sobrecarregavam os Técnicos de Contabilidade com um número avultado de empresas, existindo, em alguns casos, a necessidade de serem efetuadas horas extras. O cansaço físico e a frustração por tanta alteração à lei têm sido os sintomas mais frequentes por estes profissionais.
Não obstante a estes afazeres, os preços que têm vido a ser praticados ficam aquém das responsabilidades assumidas e, com a concorrência, os aumentos têm se tornado invisíveis. A própria Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados reconheceu, em 2018, a necessidade de aumentar as avenças em cerca de 30 a 40%, alegando o acréscimo de trabalhos a efetuar e a maior atenção nos procedimentos.
Em plena pandemia “as empresas procuram não só satisfazer as necessidades dos seus clientes, mas também as daqueles que com ela trabalham (empregados, gestores, bancos, governos, etc.), (…) de modo a permitir a sua autossustentação (sobrevivência) através da produção e comercialização de bens ou serviços” Lisboa (2013).
Assim e “de forma a garantir a sua sobrevivência, as empresas têm de, continuamente, procurar novas formas de trabalhar que melhorem as suas rotinas, muitas vezes de forma radical” (Leite et. al., 2007).
De forma a combater a pandemia e os seus prejuízos, urge a necessidade dos empresários conhecerem melhor a situação financeira e fiscal de suas empresas e de estarem atentos aos componentes da sobrevivência relatados por Kerzner (2006), são eles: a compreensão executiva; desenvolvimento de novos produtos; eficiência e eficácia; projetos estratégicos; expetativas dos clientes; e a competitividade.
Mas, para o alcance destes desígnios, o professor José Bernar esclarece que, “para gerir uma empresa e apresentar bons resultados é importante que se dominem as ferramentas básicas da gestão (…de forma a…) diagnosticar problemas financeiros e evitar que se transformem em sérias ameaças para a empresa.” (2007, p. 138)
É um facto que, várias têm sido às ajudas do Governo de forma a dirimir os prejuízos causados às empresas pela pandemia. Esses apoios carecem de: uma análise cuidadosa; tempo; planos estratégicos e de ação por parte dos empresários e dos gabinetes de contabilidade.
Assim os empresários podem e devem recorrer ao apoio dos contabilistas certificados, pois são profissionais altamente qualificados, com capacidades técnicas próprias para o exercício das funções de consultoria (apoio à gestão das empresas). O contabilista tem um papel crucial nas empresas em duas vertentes muito fortes: a vertente contabilista, ao permitir dar informação para a sustentabilidade dos negócios dos seus clientes, mediante a criação de planos estratégicos e futuristas; e a vertente de segurança, nomeadamente no tratamento fiscal e no cumprimento de todas as obrigações fiscais.
Com certeza, a experiência dos contabilistas certificados, constitui uma enorme valência na sobrevivência das empresas e os ganhos provenientes da sua consultoria serão muito superiores aos encargos cobrados por estes profissionais!
Bibliografia
Kerzner, H., 2006. Gestão de Projetos: as melhores práticas. 2 ed. Porto Alegre: Bookman.
Leite, A. N., Albuquerque, A. B. & Leal, M. J., 2007. Economia do conhecimento e empresas. s.l.:SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação.
Lisboa, J., Coelho, A., Coelho, F. & Almeida, F., 2013. Introdução à gestão de organizações. 3 ed. Porto: Vida Econômica.
https://pt.slideshare.net/shacquytto222/13gest-ofinanceira, consultado a 24-08-2020.
https://www.youtube.com/watch?v=YE0jTg4nUnY, consultado a 24-08-2020.
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