No meu retiro aqui em Portugal para fazer o Doutorado em Filosofia, tenho tido tempo para conhecer outras histórias do mundo. Explico, sem a necessidade de explicar, que a opção do Doutorado no exterior foi para expandir o conhecimento e, principalmente, em função do processo seletivo das Universidades brasileiras. Por lá se não for amigo de algum professor ou ex aluno da Universidade, é quase certeza que não ingresse. Como sou apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no bolso e amigos importantes, digo influentes no processo seletivo, foi mais “fácil” me distanciar do meu país para estudar.
Percebo nesses três meses na visa lusitana/europeia, que nós, brasileiros, ficamos isolados num país de dimensões enormes e com problemas grandiosos. Não percebemos que o mundo está mudando e não estamos evoluindo.
A tal globalização só é conveniente para assuntos que geram riqueza para alguns, e não para grande maioria da população. Ainda estamos preocupados se tratamos o Ministro de Vossa Excelência ou você, por exemplo.
Não percebemos como o poder econômico decidi e defini nossas vidas. O Controle Social é exercido por dois grupos, que não desejam o bem do país, mas, sim, a manutenção do poder.
A massa é guiada como o gado, ou seja, pelo mais alto som produzido berrante, ou no melhor algoritmo que promove o texto do twitter, e por alguns pastores selecionados para descer do alto Leblon e se aproximar da massa latindo as determinações dos comandantes para manutenção do seu poder. Estes se mantém no distanciamento razoável da massa, qual seja do alto do seus cavalos, assim evitando pisar no excremento produzido pela massa.
Uma parte da massa é guiada para o abate. A outra parte é direcionada para continuar a fornecer o leite que sustenta e enriquece comandante.
Nesse controle social desvirtuado, o gado é utilizado como massa de manobra, por exemplo, quando acham que podem comer no pasto do vizinho (viagem para o exterior). Ingênuos não sabem que a sua liberdade econômica de viajar para conhecer novos McDonald, trata-se de estratégia do comandante para manter a paz e agrada-los da forma mais simples possível, no melhor estilo futebol, pizza e carnaval.
Enquanto o gado se diverte, os comandantes se articulam para manter o controle social e o poder econômico.
E, não se iluda, essa articulação não existe dentro da própria fazenda, muito pelo contrário, é realizada entre todas as grandes fazendas, ou seja, a fazenda da direita, centro e esquerda. O gado irracional não constata que se mantém gado em qualquer fazenda. O máximo que acontece, é a falsa sensação de liberdade e segurança. No entanto, tenham certeza, no final do dia todos acabarão no abate ou fornecendo leite para sustentar e enriquecer o comandante.
No dia 07 de novembro de 2019 o Supremo Tribunal Federal modificou a jurisprudência da prisão na 2ª instância.
O antigo posicionamento era de 2016.
Não se passaram 10 anos para a Suprema Corte de Justiça do Brasil alterar seu entendimento de uma situação complexa e que envolve a vida de milhares de pessoas condenadas.
Nos países que deram origem ao nosso bom e desvirtuado Direito, longas guerras forjaram as leis que até hoje, salvo pequenas alterações, guiam o gado mais desenvolvido.
No Brasil, bastou uma gama de advogados patrocinados pelo poder econômico, para movimentar o Interessado Judiciário para criar e demonstrar, mais uma vez, que a beleza do Direito é alterar seu entendimento e ter insegurança jurídica.
Dias tenebrosos virão, no entanto, todos já previstos no ciclo vicioso que vivemos desde a época exploratória da colónia.