Prólogo da 2ª Cruzada.
Após um cerco que durou aproximadamente um mês, Jerusalém é tomada aos Fāṭimids, a 15 de Julho de 1099. A protecção do Santo Sepulcro ficou a cargo de Godofredo de Bulhão (Boullion), cujo reinado terá durado um ano.
Quando este faleceu, Balduíno I (1100-1118) ocupa o seu lugar, herdando um contexto difícil de governar, dados os conflitos permanentes entre muçulmanos e bizantinos, que dificultavam o acesso a mercadorias e a recruta de militares.
Jerusalém perde o seu atractivo, o que provoca o retorno de muitos elementos da comunidade à Europa. Os que permaneceram na Palestina mantinham a distância dos pagãos e dos muçulmanos, punindo qualquer contacto entre grupos.
Jerusalém torna-se dependente dos mercadores italianos, dado que no continente era impossível conduzir a economia e a política.
As Ordens militares, como a dos Hospitalários e a dos Templários, criadas em 1113 e 1119, respectivamente, desempenharam um papel fundamental na protecção de Jerusalém, sobretudo através do controlo das fortificações.
Porém, apesar da sua competência, a geração seguinte perdeu o contacto com a Europa e passa a identificar-se com o reino latino, dando origem a famílias nobres, cujas rivalidades iriam perturbar a paz deste reino, nomeadamente os Courtenays de Edessa e os ibelinos. Além destes mecanismos de defesa e protecção, também Constantinopla intervinha no destino dos seus assuntos, desde o tempo de João II Commeno (1118-1143).
Em 1144 o Estado Cruzado sofre a sua primeira perda territorial, Edessa, com a investida de Zengi, príncipe de Mosul e Alepo. Este é assassinado e sucede-se o seu filho, Nur ed-Din (1146-1174).
Este é o mote que levou o papa Eugénio III a apelar a uma nova cruzada à Terra Santa, cuja pregação ficou atribuída a S. Bernardo de Claraval.
Nota: As datas colocadas adiante dos nomes reportam-se ao período de reinado.
Bibliografia
NICHOLAS, D. (1999). Nobres e Cruzados. In A Evolução do Mundo Medieval. Sociedade, governo e pensamento na Europa: 312-1500. Lisboa, Publicações Europa-América.
Thomas F. Madden, Marshall W. Baldwin et al., «Crusades» in Encyclopaedia Britannica [em linha], Chicago, Encyclopaedia Britannica, Inc., 25 de Outubro de 2019, atual. 2020 [consult. a 15 de Julho de 2020]. Disponível online/ na Internet: < URL: https://www.britannica.com/event/Crusades>



