5. Rosa Silvestre
Certamente, naquele verão de 30, Florbela não era o nome mais sonante, Branca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço, esposa do ceramista dono de seu último apelido, o renomado Jorge Rey Colaço, era este nome entre as demais, algumas outras ganharam maior notoriedade mais tarde, mas neste 1930 Branca era a mais notável, por isto é dela que é recolhida a primeira poesia, esta ordem apresentada é a mesma que aparece no álbum, e talvez seja também a da mais famosa pelo menos naqueles dias, porém lhes será possível comparar a força poética das diversas poetisas, não só com os versos que irei aqui publicar, como com a comparação da obra que deixaram.O poema de Branca, que era uma recitalista, não é inédito, tendo posto no álbum uma quadra das suas intituladas «Canções do Meio Dia» que é assim:
se a não marca a tua mão,
parando o meu coração…
por bater à minha porta…”
A seguinte é Maria Fernanda Telles de Castro e Quadros Ferro (1900 – 1994), que nasce no mesmo dia de Florbela, seis anos depois dela (1900) e que era casada com Antônio Ferro desde 22, e tinha ganho o prêmio do Teatro D. Maria II em 20, que nos deixa esta quadra inédita que fala de pinhões, com muita graça:
“Os pinhões são como os beijos…
Quantos? Não sei… Não se diz…
Hei-de plantar um pinhal
tal como el-rei D. Diniz.”