Aqui há uns dias comentei um Post sobre os géneros literários. Como sabem – quem me conhece – eu assumo-me como um escritor multi-género… E o que é isso?
Eu escrevo em vários géneros; mas o meu preferido é o Fantástico. No entanto, considero errado, da minha perspectiva – entenda-se -, limitar-me ao Fantástico, porque, se sou capaz de escrever noutros géneros, que ganho eu em excluir-me, impedir-me, de o fazer?
Nada.
Há porém quem discorde de mim. Há um conjunto de pessoas que vêem isto como uma falta de compromisso, como uma falta de capacidade em saber o nosso caminho, como uma espécie de querer ser tudo e não ser nada… Será assim?
De todo. Sempre houve escritores capazes de escrever em diferentes géneros; e fizeram-no. O que se passa é que as pessoas têm dificuldade em aceitar que os outros possam ter menos limitações; é mais fácil dizer que o outro não sabe o que quer do que aceitarmos que esse outro pode fazer coisas que nós não conseguimos…
Eu cá – sem falsas modéstias – escrevo Fantástico e outros géneros; embora esses outros géneros acabem sempre por ser híbridos… Não os consigo definir de outro modo senão como “Não Fantástico”.
Todavia, este post que comentei não pretendia criticar; pretendia ajudar quem agora começa a aventura da escrita a seleccionar um género, sugerindo começar-se por tentar escrever no género que melhor se conhece que é, regra geral, o que mais lê.
Concordo que teremos mais “experiência” no género que lemos, mas a essa “experiência” é de leitura e não de escrita; e entendo, também, que sem experimentarmos escrever em diversos géneros nunca saberemos em quais seremos melhores.
Eu encaro o género de forma muito especial; vejo-o como apenas uma das muitas ferramentas para contar a história. Na maior parte das vezes que começo a escrever, o género já vem definido e, outras, nem sei que género aquela história irá seguir; mas isso sou eu… A questão é: fará sentido começar uma história e abandoná-la só porque enveredou por um género que não é o “meu”? Ou não escrever uma história porque, apesar de a querer escrever, não é do género em que escrevo?
Não faz sentido nenhum!
Acho que devemos sempre dar o nosso melhor até ao dia em que concluirmos que não conseguiremos escrever aquela história ; aí sim, poderemos dizer que não conseguimos escrever um certo género…