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Conheço o fluxo de conhecimento que leva ao saber?

Conheço o fluxo de conhecimento que leva ao saber?

Na Era Digital é evidente a falta de conhecimento. Obtemos informações de todas as formas e por diversas fontes, no entanto, a quantidade não é sinônimo de qualidade. Um oceano de desinformação é propagada, ocasionando falta de conhecimento e conflito de opiniões com base em premissas falsas.

<<Como vivemos, sem dúvida, a época mais elevada do progresso do conhecimento, da fecundidade das descobertas, da elucidação de problemas, percebemos dificilmente que os nossos ganhos inusitados de conhecimento são pagos com ganhos inusitados de ignorância.>> página 20, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Aliás, a Cambridge Analytica demonstrou como é possível utilizar o mundo virtual para eleger líderes no mundo físico. Como numa corredeira, as informações se enchem de veracidade e levam milhões de pessoas na correnteza até a cascata, que explode em gotículas de conhecimento.

<<É na esfera supereducada da intelligentsia que, neste século mesmo,o Mito tornou a forma da Razão, a ideologia camuflou-se de ciência, a Salvação tomou forma política garantido-se certificada pelas Leis da História. É bem em nosso século que o messianismo e o niilismo se combatem, entrechocam-se e produzem-se um ao outro, a crise de uma operando a ressurreição do outro.>>. página 16, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Existe uma metáfora da nascente de água, na qual a água inicia seu movimento pura, enquanto a cada movimento e mais distante da fonte, o líquido se torna mais impuro. Acontece o mesmo com o conhecimento.

<<o conhecimento não é insular, mas peninsular, e, para conhecê-lo, temos de ligá-lo ao continente do qual faz parte.>> página 26, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Mas como conectar sem perder a qualidade conexão?

<<Vemos com dificuldade da possibilidade de isolar o campo do conhecimento se temos necessidade de conceber as condições bio-antropo-sócio-culturais de formação e de emergência do conhecimento assim como os domínios de intervenção e de influência do conhecimento.>> página 26, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Podemos falar (pensar) que ainda existe um conhecimento mais puro, que está na criança que aprende com a experimentação. Após a entrada na Instituição de Ensino o conhecimento começa ser direcionado, perdendo a direção (ou não direção) livre que antes era permitido.
A entrada em outra camada da instituição de ensino, tem a a criança contato com outros saberes mais direcionados, aumentando as “barreiras” na afluente do conhecimento que agora “corre” balizado pelo programa educacional da Instituição de Ensino no ensino primário.

No livro <<Mundo de Sofia>> o autor, Jostein Gaarder, desenvolve uma viagem pelo conhecimento filosófico, na qual uma jovem, através de cartas e vídeos, conhece os antigos filósofos. Uma passagem marcante, é quando ressalta a pureza do conhecimento infantil. Sem pré conceitos, a criança vê o mundo com olhos neutros e, por conseguinte, todo conhecimento absorvido é adquirido de forma pura e sem preconceitos.

<<Ignorância, desconhecido, sombra, eis o que encontramos na ideia de conhecimento. Nosso conhecimento, apesar de tão familiar e íntimo, torna-se estrangeiro e estranho quando desejamos conhecê-lo. Desde o início, estamos situados diante do paradoxo de um conhecimento que não comente se despedaça desde a primeira interrogação, mas que também descobre o desconhecido em si mesmo e ignora até mesmo o que significa conhecer.>>. página 17, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Na próxima etapa o afluente na sua caminhada, encontra novos ecossistemas e beiras. Aqui tem contato com uma vegetação base que inicia uma floresta (imensidão de conhecimento). Gerando o falso conhecimento e a noção de profundidade do conhecimento e a sua incapacidade (ou sua noção) de conhecer o todo.

<<Por outro lado, todo conhecimento comporta necessariamente: a) uma competÊncia (aptidão para produzir conhecimentos); b) uma atividade cognitiva (cognição), realizando-se em função da competência; c) um saber (resultante dessas atividades). As competências e atividade cognitivas humanas necessitam de um aparelho cognitivo, o cérebro, que é uma formidável máquina bio-físico-química; esta necessita da existência biológica de um indivíduo; as aptidões cognitivas humanas só podem desenvolver-se no seio de uma cultura que produziu, conservou, transmitiu uma linguagem, uma lógica, um capital de saberes, critérios de verdade. É nesse quadro que o espírito humano elabora e organiza o seu conhecimento utilizando os meios culturais disponíveis. Enfim, em toda a história humana, a atividade cognitiva interagiu de modo ao mesmo tempo complementar e antagônico com a ética, o mito, a religião, a política; o poder com frequência, controlou o saber para controlar o poder do saber.>> página 18

Ao chegar no ciclo final (3º ano antes do vestibular o rio chega na beira da cachoeira. Logo, tem conhecimento que se transformara numa outra forma, qual seja, de rio para cachoeira.

Aqui se percebe diante, além da transformação da sua forma, de uma reunião dos conhecimentos acumulados até ali, e que agora devem ser despejados num determinado momento (prova) para iniciar sua nova viagem.
Na queda alguns conhecimento se perdem ao se transformar em gotículas.

<<Se o conhecimento é radicalmente relativo e incerto, o conhecimento do conhecimento não pode escapar a essa relatividade e a essa incerteza.>> MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Ao retornar a forma de rio o conhecimento percebe que está num local do saber que relembra seu início numa Instituição de Ensino.
Nota que alguns pontos aprendidos se repetem (vegetação), mas de forma mais profunda, ou seja, o rio agora corre por dentro da floresta.

<<A isso cabe acrescentar um continente não reconhecido, inexplorado: a noosfera, onde o conhecimento se organiza em sistema de ideias (teorias, doutrinas), que necessitam de uma ciência nova: a noologia.>> página 19, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

Penso que somente no pueril estágio da vida, temos a pureza do conhecimento e, que após o início da vida escolar, o conhecimento modifica-se de tal forma, que opino que nos perdemos.

<<Percebe-se ainda com muita dificuldade que a disjunção e o esfacelamento dos conhecimentos afetam não somente a possibilidade de um conhecimento do conhecimento, mas também as possibilidade de conhecimento sobre nós mesmos e sobre o mundo, provando o que Gusdorf chama justamente de “patologia do saber”.>> página 19, MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. tradução Juremir Machado da Silva. 5ª ed. – Porto Alegre: Sulina, 2015.

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