Na linha de raciocínio e frases de efeito: quanto mais estudo, menos sei.
E, por isso, escrevo textos mais reflexivos do que opinativos e/ou conclusivos.
Nesta manhã de domingo, após um expresso e ter acordado 5:30h, escrevi este texto que espero causar uma centelha de reflexão para você que o lê.
Durante muitos anos, o carnaval, especificamente no Rio de Janeiro, era marcado por desfiles com tapa sex.
Num certo momento tudo mudou. O tapa sex não era bem visto. Seios à mostra não tinham mais sentido.
Para alguns censura. Para outros uma evolução no respeito com as pessoas.
Por sua vez, no futebol, os cantos das torcidas valiam de tudo. Ofensas, exaltação e demais formas criativas, ou não, de estimular o time e demonstrar a presença da torcida no estádio.
Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, algumas torcidas chamavam a torcida de dois times de “bambi”, “tricolete” e demais adjetivos que visavam atrelar a imagem dos respectivos times a pessoas que gostavam do mesmo sexo.
Passado algum tempo, tais atitudes foram reputadas como ofensivas e decidiram punir os times pelos cantos ofensivos e homofóbicos. Para alguns censura. Para outros uma evolução no respeito com as pessoas.
Durante as eleições, que acompanho com certa distância, observo que no Brasil o processo eleitoral vem causando rupturas na forma que vemos a grama do vizinho.
Na eleição de 2018, que culminou com a eleição do atual Presidente, presenciei o término de muitos relacionamentos familiares e de amizade.
Naquele momento o processo eleitoral, não no sentido técnico/jurídico, mas no sentido procedimental e de convencimento do candidato para com a população, vulgo marketing, sofreu uma grande alteração.
Um marco histórico na evolução eleitoral, pois um Presidente foi eleito sem participar de debates, com uma campanha quase toda operada por meios digitais, informações (verdadeiras e falsas) circulando na velocidade de um clique e com duas situações controversas: o (atual) concorrente teve ou não a facada e o (atual) concorrente seria solto ou não.
Pois bem. Passados 4 anos, cá estamos a vivenciar uma alteração, quiçá um novo momento no processo eleitoral: o uso da internet como resgate histórico seja das lembranças, seja da ausência de lembranças.
A internet, que acelerou o acesso aos meios de comunicação e informação, também facilitou a propagação de qualquer ideia.
Utilizo o termo ideia no sentido de algo pensado e escrito por alguém, mas que não foi averiguada a sua eficácia e veracidade, portanto, não passa de um pensamento no campo das ideias externada numa publicação nas redes sociais ou grupo de mensagem.
Hoje um Tweet alcança milhares de pessoas. Uma imagem que antes circulava no período do carnaval no jornal ou revista, alcança o mundo inteiro em 5 minutos, bem como um grito da torcida, circula por todo o mundo através das redes sociais e grupos de mensagem.
No mais amplo conceito do efeito borboleta – quando uma borboleta bate asas na África, o vento produzido pode gerar um tsunami – uma frase ou imagem publicada na internet pode gerar uma confusão mundial.
Recentemente o Judiciário brasileiro resolveu que:
“É vedada, nos termos do Código Eleitoral, a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral, inclusive os processos de votação, apuração e totalização de votos.”
Em função dessa resolução, alguns meios de comunicação foram notificados que não podem mais utilizar certos termos que façam referência ao candidato à presidência.
Para alguns censura. Para outros uma evolução no respeito com as pessoas.