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À busca da realidade paralela III.

À busca da realidade paralela III.

Ao fazermos escolhas pomos em paralelo distintas realidades, suas possibilidades melhor dizendo, e elegemos uma.

Contudo poderemos ao longo do tempo evoluir nas escolhas, ou involuir. O que significa que os critérios mudam, que as avaliações assumem outros entendimentos, e que a nossa disposição transforma-se. E no caso de retomarmos uma realidade que havíamos rebatido e rejeitado, levamos à evidencia que os critérios de nossas escolhas são pouco densos, superficiais mesmo. E que mudam com o tempo.

O tempo, como série ininterrupta e eterna (não será bem assim, pois poderá estar muito interrompida essa série, e mesmo um dia ter acabado, ou acabar) que entretanto se diferencia ao longo de seu percurso, como série que é, apresentando diferenças a cada passo, mais ou menos subtis, como verificamos tantas vezes. Todavia se aceitarmos que cada instante possa ser diverso dos demais, mesmo se soubermos que juntos conformam uma unidade, ainda assim não poderemos afirmar, contudo, que esta seja ininterrupta, muito menos eterna, a não ser concepcionalmente, porque o que sempre se vê são blocos heterogêneos (talvez por nossa própria limitação temporal os apreciarmos) autônomos e individualizados. A realidade admite diversos e particulares aspectos, como sabemos, onde temos vários destes ainda por identificar, sendo que muitos dos quais nunca identificaremos. E o espaço-tempo sofre influências não mensuráveis e desconhecidas algumas.

As escolhas são escolhas na verdade dentro do impossível, mas acreditemos que somos nós que as fazemos (ou talvez não) e que dentro desta perspectiva existe/existiria uma realidade nossa, pessoal, inscrita como resposta às nossas escolhas. Se assim fosse já estaríamos no Paraíso há muito, uma vez que em princípio não escolheríamos nada de mau para nós, ou quando menos estaríamos num mundo bem menos malévolo que o que temos. Entretanto tudo nos ultrapassa, desde a Natureza, ao vizinho do lado. Nunca esquecer que estamos sempre a trabalhar com o impossível, como contrapartida do possível que queremos alcançar. O pior é que nesse processo nós mesmos também nos ultrapassamos. Como assim?

CONSCIUS X INSCIUS.

Nossa mente realiza um trabalho de reconhecimento e interpretação, com soluções, meios, caminhos e métodos muito próprios, autônomos e independentes todos eles, sobre os quais não temos controle e/ou interferência, ‘soi disant’ inconsciente, que se processa por meios próprios, para além daqueles que temos noção de que estamos a realizar, ou assim o supomos. Será esta a parte inconsciente, uma realidade paralela à nossa?

Devemos ainda levar em consideração

o ORGÂNICO X INORGÂNICO
o FÍSICO X METAFÍSICO
o MANIFESTO X IMANIFESTO
e a VULGARIDADE X a SINGULARIDADE, no contexto da ‘realidade’ tantas vezes confuso, o que não desabonará em nada nossa percepção da suposta realidade, que continuará a se acreditar consciente, quando tem muito mais de inconsciente em sua própria articulação, que ocorre sempre de forma ‘pronomial’ consequentemente. Ou seja, estamos encaixados num ‘Entendimento’ nosso de nós mesmos, que é reflexo da ‘realidade’, assim tomada como tal, dependendo como essa ocorra. NUNCA ESQUECENDO O QUÃO FORTUITAMENTE ESTA SE DÁ. As realidades são autônomas, isso sim podemos afirmar. (Mesmo as mais misturadas e intrincadas.)

Com isso chegamos à singela conclusão de que o Universo alternativo nunca é escolhido, mas se apresenta. E de que a Narrativa alternativa nunca se apresenta, é sempre escolhida.

SEMEL.

Uma vez que temos a assimetria como mestra condutora de tudo que ocorre, e sendo esta assintótica (*), conforme a classificamos em II, o texto anterior a esse, bem como na medida que aprendemos a lidar com a “existência dolorosa”, aquela em que na estética nipônica valoriza a imperfeição, e se ajuntarmos a essas componentes a fortuidade, chegaremos a conclusão de que não há realidade paralela, talvez a nossa seja mesmo esta, a que acreditamos estar vivenciando/vivendo. Há de facto outras realidades, que em sendo autônomas, nunca serão paralelas, uma vez que não caminham a par, nem progridem proporcionalmente, guardando sua total autonomia, e integridade, não devendo ser comparadas, nem se deve estabelecer entre elas qualquer paralelismo. Tendo também em atenção que as ocorrências são tomadas em relação a um determinado ponto espaço-temporal considerado, onde as sujeitamos ao entendimento de se darem previamente, concomitantemente, ou posteriormente ao tal ponto tomado em consideração, que também é arbitrário, portanto nunca poderemos concretizar uma ‘realidade’ como paralela, assimétrica e fortuita que é. Habitemos a imprevisibilidade, portanto, e respiremos profundamente.

(*)É por sua autonomia, e por não se tocarem que muitos as perceberam como paralelas, mas há muitas ‘coisas’ que não se tocam, nem se confundem, e não é por isso que são paralelas.

Imagem de capa: Domínio público, por Pixabay.

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