EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish
EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish

Angola: nosso maior tesouro não é o petróleo!

Angola: nosso maior tesouro não é o petróleo!

….Nosso maior activo é esta nova geração, é o nosso capital humano.

A gravidez precoce, o desemprego, a formação deficitária e a falta de políticas de apoio ao empreendedorismo jovem são apenas alguns dos dramas que mais comprometem o futuro dos adolescentes e o desenvolvimento das sociedades Africanas.

De acordo com um estudos publicados, 60% da população Africana é jovem com idades compreendidas abaixo dos 24 anos. Em Angola, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2014, dos 24,3 milhões de habitantes, 11,8 milhões são do sexo masculino (48%) e 12,5 milhões do sexo feminino (52%).

Se considerarmos que dentro destes 52% da população feminina está inserida um bom número de adolescentes que diariamente correm sérios riscos de engravidar precocemente e, consequentemente, ficam fora do sistema de ensino, são expulsas de casa, abandonadas pela própria família, muitas vezes entregues aos adultos que criminalmente envolvem-se com as mesmas, devido ao fraco poder financeiro das suas famílias que muitas vezes não encontram nas instituições de direito a protecção que lhes é devida por Lei …

Adicionando a estes factores a condição das crianças que de acordo com relatório das nações unidas sobre os países africanos permanece crítica devido a factores socioeconómicos. A negligência, a violência, a exploração, os conflitos armados, o crescimento demográfico, a degradação ambiental e o flagelo de doenças e epidemias, como o VIH/Aids, constituem um golpe fatal para o desenvolvimento das sociedades a longo prazo.

Falando especificamente da condição da mulher que é considerada a base das famílias e das sociedades, devemos parar para questionar o seguinte:
Que sociedade estamos a construir para daqui a quinze ou vinte anos?
Como é possível imaginar o desenvolvimento sustentável sem o potencial destas adolescentes, hoje jovens, mas amanhã deverão ser a força motriz que impulsionará o desenvolvimento do país.

Que desenvolvimento teremos, se não as capacitamos, não as protegemos, e não responsabilizamos severamente estes adultos que criminalmente envolvem-se com menores, se não estabelecemos políticas de protecção e inclusão com resultados efectivos e com metas a curto ou médio prazo?

Adolescência, Puberdade e Sexualidade
Com a chegada da adolescência chega também um mundo novo por descobrir. O ser humano começa a sofrer transformações físicas, alterações no comportamento e nos interesses pessoais, isolam-se e juntamente com tudo isso vem a descoberta da sexualidade.

Esse conjunto de mudanças físicas e psicológicas fazem parte de um processo natural que deve ser bem acompanhado simultaneamente, pela família, pela escola, pela igreja e sociedade se quisermos ver as nossas adolescentes tornarem-se adultos capazes de contribuir activamente no processo de desenvolvimento do nosso país.

Em conversa com uma Gineco Obstetra, foi possível conhecer de perto todo o drama por que passam as adolescentes grávidas começando pela rejeição da própria família, o fraco poder de aquisição financeiro das famílias, a falta de dinheiro para as consultas pré natal, as complicações no parto, o serem encaminhadas tardiamente para os hospitais, algumas automedicam-se e muitas vezes provocando a própria morte, a austeridade dos pais, a falta de orientação materna são factores que estão directamente ligados a maior parte dos casos de adolescentes grávidas em Angola

Soluções
De acordo com a Organização Mundial da Saúde OMS, em 2011 a Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma resolução incentivando os países a implementarem medidas que levem à melhoria da saúde das adolescentes e jovens no mundo. As recomendações têm como objectivo reduzir os casamentos antes de 18 anos, diminuir as gestações entre adolescentes e jovens com menos de 20 anos e aumentar o uso de contraceptivos.

É preciso que se faça um trabalho de reintegração destas adolescentes no seu novo papel de mães tanto nas comunidades em que vivem quanto na sociedade, orienta a OMS. Esta socialização deve ser realizada, simultaneamente pela família, pela escola, pela igreja, pela mídia entre outros.

Se os questionarmos sobre com quem se têm aconselhado, as jovens adolescentes apontam os amigos, quando o assunto for o sexo. O mesmo estudo indica que os pais só em 20% dos casos os adolescentes têm os pais como fonte de esclarecimento de dúvidas, independentemente do assunto abordado.

Este artigo tem como principal objectivo apelar aos nossos decisores, para o reforço das medidas de protecção das vítimas de agressão sexual, violência contra a criança, feminicídio, desemprego jovem, seu tratamento e reintegração na sociedade.

Nosso maior tesouro não é o petróleo…Nosso maior activo são os nossos jovens, é o capital Humano!

Imagem: officialtwinner – imagem de uso gratuito em Pixabay 

Descarregar artigo em PDF:

Download PDF

Partilhar este artigo:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on email
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

LOGIN

REGISTAR

[wpuf_profile type="registration" id="5754"]