” Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi Virá”
Caetano Veloso em “Um Índio.”
Com a irredimível postura da banca, que por viver do lucro, só no lucro pensa, e, como tal, pouco lhe importa o bem-estar de todos, quando todos mantiveram tantas vezes seu (dos bancos) bem-estar, muito provavelmente Virá!
Com a ineficiência e incúria com as quais responde sempre os diversos países às crises que surgem, quase de certeza Virá!
Com os líderes inexpressivos e tíbios que estão à cabeça da maioria dos países, certamente Virá!
Com o entendimento torto do que seja o bem de todos e as prioridades que se impõem, absolutamente Virá!
Impávido e sereno, desapaixonado, tranquilo e infalível, o desastre virá, porque só se o evita com algo transcendental e imperioso para evitar seja o que for: Vontade.
Tudo o mais é lassidão e incompetência.
O capitalismo vive e se alimenta de processos de ‘ups and downs’, altos e baixos, subidas e descidas, depressões e booms econômicos, que se expressam na senoide que configura seu trajeto. Logo é sempre previsível começar um decréscimo após um período de crescimento, seja porque razão for. E estes alto e baixos ficaram mais frequentes devido a absoluta ascensão do dinheiro, essa expressão torpe dos valores da sociedade, evidenciando o ritmo do sistema, quando devera ser o bemestar das pessoas e a pujança econômica os valores que importam.
E se é expectável uma contração após um período de expansão, mais evidente será uma contração motivada por um processo de estagnação ou paragem súbita. Entretanto não é necessário que assim seja, como tudo pode ser contrariado por uma ação que se oponha ao rumo que se imagine vá tomar um determinado acontecimento(Ainda que alguns dirigentes o façam por razões apenas egoístas, mas isso já é outra história.). Assim como nos casos de contaminação as barreiras profiláticas (ring fences) que os bancos centrais impuseram, que mais deviam ser ‘chiqueirinhos'(aqueles lugares onde pomos os bebes para lhes restringir os movimentos), pelos resultados obtidos, quando eram necessárias poderosas barreiras placentárias, as que as mulheres grávidas têm, que nem o coronavirus consegue ultrapassar infectando seus filhos, só passa um muito raramente.
Agora que começam a anunciar o incontornável desastre dos reflexos económicos das quarentenas impostas para combater um imperativo de saúde pública, que irão agigantar a crise que se formava já no horizonte econômico, e se ao invés de tomarem o desastre como inevitável, tomassem as medidas necessárias para o combater? (Por exemplo para quem se dirige a um precipício, enfrear é sempre uma boa medida.) Há muito que se pode fazer para evitar o desastre que têm como certo, se começassem já a tomar as medidas condizentes, este não sobreviria.
Serão capazes disto? Não serão?
A União Europeia entendeu por primeira vez que é com dinheiro que se evitam as catástrofes [Finalmente!] o que já é qualquer coisa. Entretanto o caminho que deverá percorrer o dinheiro, tanto na UE, como nos demais países que o tenham, para enfrentar a enorme, repito enorme, talvez a maior já vista, crise que está entrando, já não é mais virá, caminho que é muito incerto, mais que tudo com a ganância e falta de tirocínio dos que controlam o dinheiro.
Por isso é muito provável que percam esta oportunidade única de se adequarem as muitas nações às mudanças da última Revolução Industrial, o que exige, de todos, tecnologia de ponta e informatização em larga escala. Para atender às necessidades impostas pelas mudanças que ocorreram no mundo a todos os níveis, é imprescindível uma vontade enorme, muito cuidado com os empreendimentos que promovam e os investimentos que façam, com sentido absoluto de inovação e muito juízo com as precauções necessárias, e controle criterioso e parcimonioso dos recursos, única forma em que se poderá criar uma economia competitiva num mundo cada vez mais integrado e globalizado.
Quem sabe se com “O axé do Afoxé Filhos de Ghandi”?