A tradição diz que a cidade de Roma foi fundada por Rómulo e este tornou-se no seu primeiro rei. Após os governos de três reis de origem latino-sabina, Numa Pompílio, Tulo Hostílio e Anco Márcio, que sucederam a Rómulo, segue-se a dinastia etrusca, constituída por Tarquínio, o Antigo, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.
Durante este período monárquico, sito entre o século VIII e o fim do século VI a.C., o povo romano, ou populus romanus, encontrava-se dividido em três tribos genéticas, os Tities, os Ramnes e os Luceres, e cada tribo dividia-se em 10 cúrias. O conjunto das 30 constituía uma assembleia, a comitia curiata, cujas competências eram de foro religioso, familiar e político, sobretudo no tocante aos assuntos do Estado e na nomeação dos seus dirigentes (lex curiata de imperio).
Atribui-se a Sérvio Túlio (séc.VI a.C.), o sexto rei de Roma, uma reforma social que criou 4 tribos urbanas e 16 rurais, este último dividido em 5 classes censitárias. Criou ainda 193 centúrias, ou seja, unidades militares compostas por 100 homens cada, que eram fornecidas pelas cinco classes. Estas unidades militares também se organizaram numa assembleia, a comitia centuriata, com competências para eleger magistrados, declarar guerra ou firmar tratados de paz e de aliança.
Nesta época, a família foi a célula base da sociedade romana. Encabeçada pela figura do pater famílias, este usufruía de autoridade ilimitada sobre a esposa, a sua prole, outros dependentes e bens da família (res familiaris). A um nível superior encontrava-se a gens, o grupo de famílias descendentes de um antepassado comum, assim constituindo a élite social. Originalmente eram apenas constituídas pelos aristocratas, os patrícios, mas posteriormente apareceriam as gens plebeias. As gens, enquanto entidades sagradas, celebravam os seus próprios ritos, os sacra gentilia. As origens da gens aristocrática é explicada em duas teses, uma atribui-se à descendência dos anteriores conselhos de ansiãos (senatus), conhecidos por patres, a outra atribui-se à ordem equestre, um grupo dominante do ponto de vista social e económico durante a monarquia etrusca.
Outro grupo desta sociedade era a plebs, ou povo comum, constituída por homens livres, essencialmente ligados às práticas agrícolas, e cujas origens se explicam na ascendência dos povos que anteriormente ocupavam os territórios antes da chegada dos indo-europeus, ou pela ascendência em antigos clientes, isto é, homens livres sem poder económico e dependentes de um senhor, o patronus.
Bibliografia
CENTENO, Rui Manuel Sobral (coord.) – Civilizações Clássicas II. Roma. Documento pdf. Manual de História das Civilizações Clássicas. 1º ciclo de Estudos em História. Acessível na Plataforma de E-Learning da Universidade Aberta.
A imagem da Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lupa_Capitolina#/media/Ficheiro:Altar_Mars_Venus_Massimo_lupa.jpg



