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A adversidade

A adversidade

Este é um tema recorrente em Francisco. O abordo porque hoje se soube que o papa é mais estimado entre os não católicos do que qualquer outra personalidade de nosso tempo, e lembrei-me que o ‘Le Figaro’ estampou na sua primeira página em 10 de março de 17, com a figura do papa com o báculo em punho, a manchete: “Francisco, o tempo da adversidade”, como se fosse isso uma novidade.

Desde o início de seu pontificado, todos os anos, Francisco aborda o tema, com o entendimento que vivemos na adversidade, e que esta deve ser entendida como algo natural que deve ser ultrapassado, portanto nesses sete anos, desde que começou seu pontificado, todos os anos nos alerta sobre a adversidade.

Se recorrermos à ‘Forja’ da Opus dei vamos encontrar a seguinte mensagem: “Estou com Ele no tempo da adversidade”,

Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade; nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do profeta: “O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar”. Reza-a devotamente, todos os dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa para nosso bem. (Forja, 855)

Portanto a manchete do Le Figaro não foi nenhuma manchete, posto que não trazia novidade alguma, e nesse tema não há nada que já não nos tenha sido dito, e o relembrar ciclicamente é a missão pastoral que Francisco se impõe, porque vivemos tempos de adversidades, não que haja uma sorte adversa, uma infelicidade, ou azar, como matriz desses tempos, mas que eles nos tem trazidos sucessivos infortúnios, não há como negar. E o que busca Francisco com esse alerta repetido? A resposta é clara, nos moldar, para que enfrentemos essas adversidades com a postura cristã da longanimidade, esse termo pouco conhecido, essa postura pouco adotada, que uns querem ver como conformismo, mas que Francisco, sem usar o termo, insiste em mostrar como combate. Um combate silencioso como não poderia deixar de ser, mas intenso, permanente, insistente, obstinado.

Longanimidade é o caráter das pessoas que suportam estas adversidades sem fraquejar, visando ultrapassa-las, visando, com seu afã invisível, resistir, lutar, e alcançar a vitória, sem alarde, sem reclamações, sem dar ouvidos aos que peroram nas ofensas e nos vilipêndios ultrajantes, mas, com uma capacidade de resistência pujante, seguem em frente na sua luta diária contra todas as adversidades que se apresentam, e têm o caráter para enfrentar todas as que se apresentem.

Nada mais condizente com esses tempos imprevistos, duros, difíceis, empolados, que vivemos, e que exige de nós um misto de inconformismo e aceitação, realidades que parecem antagônicas, mas não são, posto que aceitar o problema é encara-lo de frente, e encara-lo é sempre confronta-lo, enfrenta-lo, e nunca se conformar. Essa a receita que só lutar não adianta, tanto quanto se entregar, mas confrontar, que pode ser contornar, e dar combate, e recuar quando necessário, para poder à seguir voltar à carga, e que é a ação mais adequada a lidar com a adversidade.

Três anos depois ficamos mais a saber, ‘urbi et orbi’, porque esse homem escolhido, como diz a fé, pelo divino espírito santo, traz consigo tão arraigadamente a força para desempenhar  sua missão, em casa na terrível faxina mister que vem fazendo, ‘urbi’, e num mundo sem líderes, ou quase, ser o esteio para as forças que devem indicar o caminho, ‘orbi’, e que, para quem não acreditar na escolha divina, não lhe poderá negar sua superior habilitação para o cargo que ocupa.

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