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Mais três monumentos portugueses classificados Património Mundial da UNESCO

Mais três monumentos portugueses classificados Património Mundial da UNESCO

O Palácio de Mafra e o Santuário do Bom Jesus em Braga foram no último dia 7 de julho, classificados como Património Mundial. Os monumentos integraram “as 36 indicações para inscrição na Lista do Património Mundial”, avaliadas na 43.ª Sessão do Comité do Património, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que decorreu em Baku, no Azerbaijão.

O presidente da Câmara de Mafra disse que a classificação do Palácio de Mafra “peca por tardia”. Para o autarca, a inscrição de Mafra na lista do Património Mundial da UNESCO “não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida e traz responsabilidades acrescidas para a manutenção [do monumento] a curto prazo. Espero que haja uma Mafra antes da classificação e uma Mafra depois da classificação, virada para a recuperação do património”. O monumento foi aprovado com apoio do Brasil, da Tunísia e da China, tal como outros Estados como Angola ou Indonésia, embora tenham apoiado as recomendações para a conservação e um estudo cartográfico deste complexo monumental, composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra.

Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, com a riqueza do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal, sendo por isso um exemplo de afirmação do poder real. Possui importantes coleções de escultura e pintura italianas e portuguesas, uma biblioteca única, dois carrilhões, seis órgãos e um hospital do século XVIII. Foi classificado em 1910 como Monumento Nacional, abrangendo então só o palácio, a basílica e o convento. Por isso, em junho passado, a Direção-Geral do Património Cultural propôs alargar essa classificação também à Tapada Nacional e ao Jardim do Cerco. Sobre Mafra, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que se trata de “uma obra invulgarmente exuberante, profundamente ligada à nossa cultura ao longo dos séculos, da música erudita ao romance contemporâneo, e que certamente merecerá um renovado interesse internacional”.

Mafra partilhou os festejos com Braga, com o Santuário do Bom Jesus. O Brasil defendeu que o Bom Jesus de Braga não só cumpre todos os critérios para ser integrado na lista de monumentos mas serviu também de inspiração para o complexo do Bom Jesus de Congonhas no Brasil, constando já da lista da UNESCO. Também o autarca de Braga se pronunciou, salientando que com a distinção vem “também uma grande responsabilidade e orgulho (…) para toda a equipa que trabalhou para que esta classificação fosse possível”, afirmou Ricardo Rio.

O Presidente da República recorda que o Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, constitui um conjunto arquitetónico e paisagístico construído e reconstruído a partir do século XVI, nele evidenciando os estilos barroco, rococó e neoclássico, composto por “um Sacro Monte, de um longo percurso de via-sacra atravessando a mata, de capelas que abrigam conjuntos escultóricos evocativos da morte e ressurreição de Cristo, fontes e estátuas alegóricas, da Basílica, culminando no Terreiro dos Evangelistas. Sendo um dos ícones do Portugal católico, é também um ex-libris da cidade de Braga, cidade milenar, anterior à nacionalidade, cidade romana, portuguesa e universal”, refere. Marcelo Rebelo de Sousa congratula-se assim com as decisões da UNESCO, referindo que “é um motivo de grande regozijo para o Presidente da República e para todos os portugueses (…) Saúdo vivamente os promotores destas candidaturas, os autarcas, os diplomatas, as autoridades civis e eclesiásticas, e todos aqueles que, também na sociedade civil, ajudam a levar mais longe o património português físico, histórico, artístico, religioso ou intelectual”.

O embaixador de Portugal na UNESCO disse que a inscrição do Palácio de Mafra e do Bom Jesus de Braga foi uma “grande emoção da nossa parte, em estarmos aqui quase do outro lado do mundo, numa reunião deste comité e podermos inscrever dois bens com significado histórico e cultural”, disse António Sampaio da Nóvoa, acrescentando ainda que “Portugal foi o único país a inscrever dois monumentos nesta lista, algo que traz uma responsabilidade acrescida ao país e em relação ao património cultural. Mais importante do que inscrever os bens, é termos capacidade de os preservar, proteger, conseguir que esta dimensão patrimonial esteja ligada à nossa vida. Compreender que o património não é passado, é o presente e é o futuro. (…) Não é uma coisa histórica, é a nossa realidade e se não soubermos preservar o nosso património, não temos futuro”, indicou o antigo reitor da Universidade de Lisboa.

Finalmente, também o Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra foi integrado na área classificada pela UNESCO como Património Mundial da Universidade de Coimbra, disse a diretora do Museu, Ana Alcoforado. Monumento nacional desde 1910, o espaço do museu foi centro administrativo, político e religioso na época romana, foi templo cristão, pelo menos desde o séc. XI e paço episcopal a partir da segunda metade do séc. XII, refere a Direção-Geral do Património na sua página na internet. Ana Alcoforado disse que sente a integração do museu na área classificada como Património Mundial em Coimbra como um “imperativo da cidadania mundial”, enquanto “espaço fundacional da cidade, contentor de uma riquíssima materialidade que preserva uma memória histórico-artística comum”.

Portugal conta já com 17 locais classificados em território nacional, havendo ainda 11 que constituem património mundial de origem portuguesa no mundo.

Helena Garvão
Lisboa, 19 de julho de 2019

Bibliografia:

DN/LUSA, “Palácio de Mafra e Bom Jesus de Braga já são Património Mundial”. 07/07/2019;
Rádio Observador/Agência Lusa, “Palácio Nacional de Mafra e Santuário do Bom Jesus de Braga são Património Mundial da UNESCO”, 07/07/2019;
Rádio Observador/Agência Lusa, “Museu Machado de Castro integrado na área de Património Mundial da UNESCO de Coimbra”, 07/07/2019.

Imagem do Santuário Bom Jesus em Braga, Norte de Portugal.

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