Telesaúde: os olhos da saúde

O médico “A” atende o seu paciente “B” às 15:00. B, com 75 anos, está sentado num sofá, na sua sala, após o almoço com a televisão ligada com o som alto. O médico cumprimenta-o, acenando com a cabeça, e pede-lhe delicadamente para baixar o som da televisão, para que a consulta possa decorrer com maior clareza.
B, levanta-se pesadamente do seu sofá e baixa o som da televisão, pois nesse momento não tem o comando para o fazer. O seu telemóvel fica numa posição que permite uma perspetiva da parca, pobre e pouco iluminada habitação em que B reside.
Nessa altura o profissional de saúde, após B ter agarrado de novo no telefone, pergunta-lhe se não existe problema de ele ter visto a sua casa? B sorri e responde-lhe que não há problema nenhum: “A minha casa é pequena e modesta e não tem nada que não possa ser visto”.
Nessa altura o médico fica com uma informação acrescida, pois consegue aperceber-se das condições de habitação que podem também ter tido alguma influência na pneumonia que B tem.
Com a permissão do paciente, o médico pede-lhe para que ele mostra a sua casa para vr como pode agir para melhorar alguns aspetos da habitabilidade que podem melhorar o seu estado de saúde.
Temos a sensação de que a telesaúde veio para ficar. A telesaúde pode trazer um profissional para dentro da casa do paciente, dando-lhe uma visão, de perto, do ambiente em que o paciente vive.
A telesaúde pode ser “os olhos da saúde” quando falamos em determinantes da saúde.